Contexto

O excesso de peso: uma epidemia

As patologias, resultantes de desequilíbrios alimentares e consequente excesso de peso e obesidade, aumentaram consideravelmente nos últimos anos. A frequência atual do excesso de peso em Portugal nos adultos com mais de 18 anos atinge os 53% nos homens e 28% nas mulheres (estudo da Sociedade Portuguesa de Ciências da Nutrição e Alimentação, Outubro de 2009, que envolveu mais de quatro mil adultos). A prevalência da obesidade nas crianças dos 2 aos 5 anos é de 12,5% e o problema parece manifestar-se cada vez mais precocemente.

Consequências na saúde O excesso de peso provoca:  

  • doenças cardiovasculares
  • diabetes de tipo II
  • cancro (endométrio, mama, cólon)
  • perturbações músculo-esqueléticas (artrose)
Consequências psicossociais A representação que as crianças obesas têm delas próprias depende da imagem que lhes transmitem os mais próximos. Instala-se um ciclo vicioso: estigmatização e sofrimento psicológico levam a criança a isolar-se socialmente e a compensar através da alimentação, aumentando o peso…
Consequências psicopatológicas Neofobia alimentar, crises de bulimia, síndrome de alimentação noturna, perturbações depressivas, no adolescente. Hiperatividade, perturbações do sono, problemas de aprendizagem.

O excesso de peso tem origens múltiplas

O aumento de peso é um fenómeno complexo, de origem multifactorial, relacionado com mutações profundas dos estilos de vida:

  • Diminuição da atividade física e sedentarização
  • Industrialização da produção e da distribuição dos produtos alimentares
  • Publicidade persistente de produtos alimentares industriais ricos em açúcar e gordura
  • Desestruturação das refeições e recurso à ingestão de alimentos de elevado valor calórico, fora da refeição (petiscar)

No adulto a origem do excesso de peso e da obesidade é, contudo, mais complexa. Para além dos fatores nutricionais e os relacionados com o consumo energético serem primordiais, provavelmente, outros fatores intervêm.

O PNSE: prioridade à educação

Perante a degradação do estado de saúde da população consequência do comportamento alimentar e da falta de atividade física, entre outros… o Ministério da Saúde implementou o Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE) em 2006, fazendo da escola a grande promotora de saúde. Igualmente, o Programa de Alimentação Saudável em Saúde Escolar (PASSE) da ARS Norte visa a implementação de uma alimentação saudável no 1.º Ciclo do EB.

Neste contexto, a Associação Transdisciplinar tem como objectivo favorecer a educação alimentar no Pré-escolar e no 1.º Ciclo do EB, através do conhecimento e compreensão dos fenómenos sobre alimentação e prática da atividade física exemplificados no guia: Alimentar-me, movimentar-me pela minha saúde que os Educadores e Professores utilizam nas suas aulas.